sexta-feira, 20 de novembro de 2009

DOCE REFÚGIO


Talvez esta seja a postagem que mais tenha a ver com o nome deste blog que tanto me orgulho. Tenho vontade de falar sobre isso desde que comecei as escritas de O “butecólico”, mas com outros assuntos brotando há todo momento, acabei não o fazendo.

Para dar um refresco ao corpo, à mente e à alma, faremos um passeio neste final de semana.

Portanto, estamos nos preparando para sair, com destino à Papucaia, distrito de Cachoeiras de Macacú, no pé da serra de Friburgo, onde moram Dona Ruth e Seu Abílio, meus sogros. Pelo menos, uma vez por trimestre, vamos até lá, e temos histórias pra contar. Prometo relatar sobre os dois e sobre essas histórias, em outra ocasião, pois o tempo urge.

Vamos falar do lugar. A razoável Montenária, (cachaça da região, e conhecida nas serras do Rio), com alguma carne de caça – na maioria das vezes, tatu -, ou mesmo um joelho de porco, junto com o vento que desce da serra, batendo na cara, nos impõem um clima bucólico naquele aprazível sítio. Ver os cachorros exaustos, após o afã de encarar morro a cima também é de encher os olhos e o coração. E é disso que precisamos estamos precisando agora.

Com vocês, dando sequência à nova série, a Canções de O “butecólico”, deixo a nada menos nostálgica ‘Paquetá, Dezembro de 56’, do álbum Vida Noturna, do mestre Aldir Blanc, que - curiosamente - escutei a semana inteira.


Inté.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

LUCILIA CAVALCANTI: VIZINHAS


Quinta-feira é dia de Lucilia Cavalcanti em O "butecólico". Sei que não preciso dizer mais isso, mas em nada me custa lembrá-los
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Lucilia Cavalcanti

Existem vizinhas de toda a espécie. As discretas, as indiscretas, as barulhentas, as bisbilhoteiras, as fofoqueiras, as que perturbam e as que raramente aparecem.

Tenho, porém, umas vizinhas especiais: altas, exuberantes, cheias de vida, tranqüilas, sempre prontas a me deliciarem com sua presença imutável. São ternas e acolhedoras. Com o vento se agitam delicadamente. Com a chuva exibem toda sua alegria e molhadas, se mostram ainda mais belas. Têm suavidade em seus gestos e o frescor inebriante de seu perfume natural.

Todos os dias fico um pouco sentada na rede, em meu terraço e convivo com elas da maneira mais deliciosa, em comunhão de pensamento e apreciando as coisas mais bonitas da vida.

Em torno delas sempre estão crianças brincando alegremente e os adultos cansados, muitas vezes sentam-se aos seus pés.

São minhas vizinhas amigas. Ouvem em silêncio as minhas queixas, as minhas reclamações nos dias de calor abrasador ou nos dias de frio intenso. Escutam os meus risos, guardam os meus segredos, percebem os meus anseios, ouvem os meus suspiros e nunca, nunca mesmo, riem de meus tolos sonhos.

Os pássaros multicoloridos voejam em algazarra ao seu redor, os pombos andam em torno delas, bicando o chão em busca de alimento, os cães insolentes molham-lhes ao pés.

Nunca reclamam de coisa alguma e a todos abraçam e acolhe com suavidade, amenizam o nosso cansaço com sua sombra generosa e agradecem a todos espargindo a delicadeza de seu perfume, cuja fragrância só a natureza cria.

Árvores, bela árvores, minhas vizinhas, minhas amigas silenciosas de todas as horas, meu tributo a VOCÊS e à natureza que as criou!

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Inté.

Canções de O “butecólico”: A EPOPÉIA DE ZUMBI



Neste Vinte de Novembro - homenageando Zumbi dos Palmares - inicio a série Canções de O “butecólico”. Esta série será composta pelas músicas das pilhas de CD's de samba que tenho (uns cem / cento e dez), que estão sobre e sob à minha mesa. Não há , de fato, um critério, mas desejo compartilhar isso com vocês.

Abrindo com chave de ouro, trago hoje um maravilhoso samba do grande Nei Lopes. A Obra é a primeira faixa do álbum Negro Mesmo, que Nei lançou em 1982, quando pouco se falava em consciência negra, muito menos em feriado. Este é um humilde tributo ao herói.

Fique com a letra e escutem a música no clip (lá em baixo).
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"A epopéia de Zumbi
(Nei Lopes)

E de repente
Era um, eram dez, eram milhares
Sob as asas azuis da liberdade
Nascia o Estado de Palmares
Mas não tardou
E a opressão tentou calar, não consegui
O brado da vida contra a morte
No primeiro estado livre do Brasil

Forjando o ferro de Ogum
Plantando cana e amendoim
Dançando seus batucajés
Pilando milho e aipim
Fazendo lindos samburás
Amando e vivendo, em fim
Durante cem anos ou mais
Palmares viveu assim

E a luta prosseguia
Contra a ignorância e ambição
Até que surgiu Zumbi,
Nosso Deus, nosso herói, nosso irmão
Ciente de que nenhum negro ia ser rei
Em quanto houvesse uma senzala
Ao invés de receber a liberdade
Zumbi preferiu conquistá-la
E, depois de mais três anos de guerra
O punhal da traição varou Zumbi
Foi a vinte de novembro, data pra lembrar e refletir
E quase trezentos anos depois
Um brado forte e varonil
Ainda vem de Pernambuco e Alagoas
E se espalha pelos céus deste Brasil:

Folga, negro de Angola,
Que ele não vem cá
Se ele vier, qulilombola
Pau há de levar (x2)"




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Obrigado, Zumbi!
Inté.

CASA NOVA PRO BOLA


Em meados de 2007 (na ocasião, repórter da Rádio Tupi) me deparei com um comunicado de imprensa, no míninmo, intrigante. A mensagem, assinada por Pedro Ernesto, na época – e acho que até hoje - presidente do mais importante, do mais tradicional bloco carnavalesco do Rio de Janeiro dizia que o Bola estava para acabar. O apocalíptico release mexeu com parte da imprensa carioca, e posteriormente com o público (folião ou não, já que a instituição Bola Preta tem seu nome, orgulhosamente, pronunciado pela a esmagadora maioria dos cariocas).

Acredito que não seja novidade para vocês, mas o apelo do aflito Pedro Ernesto se dava, pois O Cordão da Balo Preta estava para ser despejado (como, de fato, foi) de sua antiga sede, na Cinelândia, por conta de uma dívida milionária de condomínio. Independente de culpa, má administração ou o que quer que seja o fato me entristeceu.

Porém, hoje pela manhã ao procurar as primeiras notícias do dia, pude sorrir e gritar que o Bola tem uma nova casa, agora na Lapa. Neste ano de importantes retornos (o Vasco e a minha União da Ilha) para o Rio, não poderia ser diferente. Vamos torcer que seja pra sempre.

Segue abaixo a notícia na integra, extraída do G1.
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Cordão da Bola Preta inaugura nova sede com muito samba

Prédio fica na Rua da Relação, e tem espaço para 500 pessoas na plateia.Festa teve muito samba e marchinhas de carnaval.


O Cordão da Bola Preta, um dos blocos mais tradicionais do Rio, ganhou uma sede na Lapa, no Centro da cidade.

O prédio fica na Rua da Relação, número 3, e tem espaço para 500 pessoas na plateia. A inauguração foi na quarta-feira (18), do jeito que os foliões gostam: com muitos sambas e marchinhas de carnaval. Aos 90 anos, o bloco promete para o ano que vem a volta do carnaval infantil e um desfile temático, sobre samba e futebol em homenagem à Copa do Mundo.


Vejam aqui
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Inté.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

114



Apesar da imprescindível vitória de ontem sobre o enjoado Timbu, o Bar do Beto não ficou tão cheio. Talvez grande parte dos rubro-negros que costumam lotar aquele o aprazível balcão – diante da importância da partida – resolveu torcer mesmo de casa, garantindo a locação ideal para as rezas e mandingas que se fazem tão necessárias nesta fase da competição.

O capitão Júlio fez muita falta na tarde em que o Fla assumiu a vice-liderança. Porém, com toda certeza desse mundo, ele viu o bate-rebate na área do Náutico, findando no primeiro gol rubro-negro, marcado por Pet, e posteriormente delirou com o gol que deu a Adriano a artilharia do campeonato.

Não sabemos por onde ele estava, mas que o manipanço feito por Júlio ajudou o Mengão, isso ajudou.

Inté.

p.s: Peço-lhes desculpas por não fotografar. Ontem a tensão foi grande e, mesmo me valendo da máquina , não desgrudei o olho da tevê (isso aquela mesma de plasma que o leu sismou).

sábado, 14 de novembro de 2009

SECADOR RUBRO-NEGRO DA ILHA

Mais de cem rubro-negros secaram o São Paulo neste início de noite (onde?) no Bar do Beto, mas não teve jeito. O tricolor paulista venceu por 2 x 0 o abatido Vitória, mas isso não esfria a marcha rumo ao hexacampeonato.

A atuação do primeiro time, dos comandantes daquele balcão é que merece destaque. Com seu lindíssimo manto de série limitada (esplendida camisa distribuída apenas para conselheiros do CRF. Nela se vê o imenso número 113, comemorando este aniversário do Mengão e marcando o início dos trabalhos da Olympikus na Gávea), o aclamado técnico Baixinho comandou confortavelmente o furdunço.

Júlio (Julio é um dos flamenguista mais fervorosos que já conheci), o capitão do grupo, dava com os braços no ar e ditava durante todo jogo palavras de ordem, de baixo da tal TV de plasma que Léo (vascaíno) ostenta em cima da geladeira de refrigerantes, de frente pra rua e para os mais de cem flamenguistas. Mesmo à distância, os brados de Meeengooo! ; Meeengooo! ; eram facilmente ouvidos por quem passava pelo Ilha Plaza.

O competentíssimo armador Julinho – como todos que se espremiam no balcão - também se esforçou bastante, mas não havia mesmo de ser. Pelo menos, a cerveja estava de doer os dentes.

Amanhã, às cinco da tarde, a festa está garantida. Contarei para vocês como foi. Prometo fotografar.
Inté.

O VASCO DA GAMA, NO BETO


Não é novidade para ninguém o amor que sinto pelo Mais Querido do Brasil, mas O "butecólico" não poderia deixar de falar sobre o retorno do Vasco da Gama à elite do futebol brasileiro, lugar de onde não deveria ter saído nunca (???).


Sem qualquer tipo de euforia, faço um breve relato o sobre público de ontem no Bar do Beto. Cerca de quatrocentas pessoas ocuparam a frente do estabelecimento, até que Sonei (Sonei aspira ao posto de melhor e mais rápido trazedor de cerveja da Ilha) começasse a desmanchar as torres de mesas e cadeiras que ficam presas a uma corrente debaixo da amendoeira. Dezenas e mais dezenas das mesas amarelas e verdes foram sendo ocupadas pelos embevecidos vascaínos.

Cheguei por lá quando faltavam uns quinze minutos para o início da partida que deu ao Vasco o Título de Campeão Brasileiro da Segunda Divisão. Eu e Minha Deise (vascaína), na companhia de meu padrinho, Tio Waldir (vascaíno) e de meu primo Testa (botafoguense), assistimos, em local privilegiado a vitória por 2 x 1 sobre o América de Natal. Para selar o passaporte para a Série A, testemunhamos tudo isso, com dezoito Antarcticas e caprichadíssimas porções de tremoços.


Inté.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

LUCILIA CAVALCANTI: NOITE DE CHUVA EM SÃO PAULO


Noite de chuva em São Paulo

LUCILIA CAVALCANTI



Dia de calor intenso. A previsão é de tempo nublado e uma temperatura de 30 graus. Temporal à vista. Defesa Civil e bombeiros em alerta. Saio apressada do mercado, como quase todas as pessoas. São exatamente oito horas da noite e quero chegar em casa antes que chova. Ao longe já se houve o som rouco dos trovões. O som cada vez mais próximo e os raios já são visíveis . Nove horas em ponto. Começa a contenda. Os raios riscam o espaço como querendo fuzilar o inimigo invisível. Na Terra explodindo o ribombar dos trovões, como um brado de defesa contra o inimigo que está atacando. Duelo de gigantes . Espaço e terra se enfrentando numa luta insana. É uma luta que vem desde os primórdios dos tempos, que fere, que mata.



Logo as nuvens se revoltam e soltam a chuva para acalmar a fúria dos dois contendores. Mas a sua intervenção benéfica de um lado é entretanto devastadora de outro. A chuva acalma a fúria dos raios e cala os protesto da Terra, mas vai inundando tudo e juntamente com seu aliado, o vento, vão causando a maior devastação. São aliados contra os raios e trovões. Contra o espaço e terra, porém causam maior estrago do que os antagonistas. Derrubam árvores, desbarrancam morros, inundam as ruas e arrastam tudo o que encontram em sua frente e seguem noite adentro, até que cansados amainam aos poucos e se esvaem. É hora de calcular os prejuízos matérias. É hora de recolher os mortos, amparar os desabrigados, e ninguém esquece a noite de chuva em São Paulo. Não esquece porque ela sempre se repete e cada vez a natureza castiga essa linda, porém selvagem megalópole.


Inté.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

MENINOS DO RIO

Hoje pela manhã pude fotografar a - quase sempre, mal sucedida - pescaria cotidiana dos moleques aqui da nossa Ilha do Governador.
Neste momento, o PlayStation, o X - Box, o Wii ..., nada disso tem vez.O que vale agora é o puçá que traz mais siri, por isso investem pesado na tripa de galinha.
Incansavelmente, eles gritam:- “Bora, muleque! Pára de caô, pô !(...)"
E com essas palavras de ordem, eles passam a manhã toda tentando pescar às margens da maltratada Baía de Guanabara, na Praia do Dendê.

Inté.

sábado, 7 de novembro de 2009

LENTES DE O "butecólico": RAFAEL BARROS IV

Neste exato momento (22h30), Rafael me chamou no rádio. Prometendo muitas fotos, um caminhão de lembrancinhas e uma garrafa de Pitu Gold, ele me acionou para informar sobre sua recém-posição no globo terrestre: uma aprazível birosca em Recife, (o casal Mônica e Rafael, com o rebento Mathues, foram visitar parentes da esposa na Veneza Brasileira). Eles acabaram de chegar.

Muito feliz por saber que estão em um delicioso passeio pela histórica cidade nordestina, resolvi encerrar hoje minha perseguição ao grande amigo Rafael Barros, com os flagrantes de ontem no Beto.

O assíduo frequentador deste balcão foi fotografado algumas vezes (vejam
aqui, aqui e aqui) em seus momentos de laser pelas lentes de O "butecólico".

As fotografias desta postagem mostram Rafa, não só no balcão, mas em uma das mesas espalhadas na frente do agradável bar.

Após os registros, fizemos companhia a este doce, a este devotado bebedor, que na maioria dos seus dias, carimba por lá a sua presença.

Completando o time de famosos, Daniel C.A (grande irmão) chegou por volta das 23H. Outro que nos honrou com sua presença foi o sumido Rodolpho, que hoje mora na Lapa, mas não abandona seu balcão preferido, o Bar do Beto.



Inté.
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P.S: A série Lentes de O "butecólico é um plagio descarado - mas autorizado - da genial EGO DO BUTECO, de Eduardo Goldenberg, dono do melhor blog que conheço (vejam aqui).