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sábado, 5 de setembro de 2009

AO MESTRE CASQUINHA DA PORTELA

Dando seqüência à importantíssima e prazerosa maratona de entrevistas, O “butecólico” tem grande satisfação em apresentar o diálogo com o grande mestre Casquinha da Portela. Otto Enrique Trepte, de 86 anos, me recebeu na sua casa, em Bangu, na tarde do último domingo de agosto, onde mora com a filha Mônica, o genro Vanderson – sem eles, talvez fosse impossível a realização deste encontro -, além duas lindas netas.

Casquinha nasceu em 1922, no bairro de Ricardo de Albuquerque, foi aluno no Semi-internato Visconde de Mauá, em Marechal Hermes, mas foi em Oswaldo Cruz - depois em Madureira - que virou professor. Ele atribui sua chegada à Azul e Branco a Antônio Candeia Filho, na ocasião, seu parceiro somente de peladas e de farras. Posteriormente, o mesmo Candeia o chamou para a ala de compositores. Casquinha tinha sim algumas composições, mas foi obrigado a apresentar mais alguns sambas para que fosse aceito no seleto grupo. Candeia e Casquinha cantavam na caixa d’água da casa vizinha à Portelinha, quando eram importunados pelos moradores. Daí em diante, o rapaz bom de bola se tornou também um craque dos versos.

Dono de estrofes que cativam nomes como Zeca Pagodinho, Moacyr Luz, Mauro Diniz e Aldir Blanc. Casquinha tem presença de espírito, rapidez de raciocínio e um carisma que seduz a qualquer ser de bom coração e samba na veia. Saibam mais sobre a vida a trajetória de Casquinha da Portela
aqui.

Agradeço muito ao Vanderson e a Mônica pela confiança e pelos quitutes de primeira.

Acompanhem a conversa, onde este mestre da Velha Guarda da Portela nos canta alguns de seus sambas, registro que resolvi chamar de Existe o Canto da Sereia, em alusão ao samba inédito, que tenho certeza que será gravado.

P.S: peço desculpa pela baixíssima qualidade da filmagem, ocasionada pela falta da iluminação mínima necessária para realização do registro.


Inté.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

PontáPé! - Rua Maldonado, 361 - Ribeira - Ilha - 25 de julho de 2009

Novamente tento retornar, retomar à escrita aqui neste espaço demasiadamente democrático – digo isto, pois a demanda mínima de comentários não me empurra à necessidade de aprovação prévia para publicação dos comentários, além de outra razão que saberão já já . Seria justo dizer que me torno, cada vez mais, um relapso, um displicente, aos assuntos ligados a este blog, mas agora, com tudo em ordem, posso voltar torcendo para não parar mais, é verdade.
Durante o período em que me recuperava como é de costume também em outras ocasiões, pensei muito em nossos botequins, com total parcialidade, tombada para os insulanos, é claro. Invejei de maneira descarada os que, merecidamente, se faziam presentes nessas essenciais espeluncas.
Imaginava o gosto do jiló, e da moela do Escondidinho, em meio ao frenético trânsito de pessoas na calçada da Estrada do Galeão – Deus sabe lá o que será feito deste refúgio após uma indesejada e temida reforma que promovem por lá -; do provolone e do pastel miniatura de carne moída no Roberto, do Village; do mocotó de Dona Esperança, no Primeirão, de uma empada de camarão inesquecível, no Bar da Fátima, em Tubiacanga. Só eu sei!
Bom, além de depender disso para carregar meu bom humor, sempre tentei retratar estes estabelecimentos, nem sempre com sucesso, eu sei. Por isso, pegando carona na máxima de que uma imagem vale mais do que não sei quantas palavras, resolvi dar ênfase às fotografias tiradas em bares da Ilha - sempre que se fizer necessário, colocaremos também registros de casas de outras localidades, mas os da nossa Ilha do Amor terão preferência.
A idéia de publicar registros dos legítimos “butecos” e seus anônimos freqüentadores está bem longe de ser uma exclusividade minha - vide o grande e famoso blog BUTECO DO EDU. Reconheço até que esteja engatinhando por essa selva etílica literal, - ando mal muito mais na literal, é claro - mas acredito ser importante exaltarmos o “Pé-Sujo” da Ilha do Governador.
Após este ato semelhante ao de um líder ditatorial, vou morder e assoprar. Todos os seguidores deste blog, e quem mais quiser, poderão me enviar as fotos tiradas pelos mesmos, para serem postadas aqui. Vocês devem saber que fotos em estabelecimentos de mega-investidores, que ganham dinheiro às custas dos moderninhos, como são os quiosques da Praia da Bica, um tal de Varanda’s Gourmet – eca! -, Siri Gaita e coisas do gênero, não serão bem-vindas, nunca serão publicadas.
Podemos postar, em raríssimas e especialíssimas condições, alguma coisa em casas tradicionais, de respeito - destas não me interessa saber se é de mega-investidor ou não, pois a qualidade é fora do comum - como o Rei do Bacalhau e a Capitania dos Copos.
Por aqui, não passarão por perto as torres de chope e as babaquices parecidas.
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Agora um fato no mínimo perturbador para quem quase ama um estabelecimento, mas seguido de uma grata surpresa, me faz postar as fotografias que verão a baixo, dando início à saga.No sábado, dia 25 de julho, quando reuni amigos para comemorarmos meu aniversário, fomos rejeitados em dois bares - por um deles eu tinha imenso carinho.
Por volta das onze da manhã, eu e Jonnata Lima, fomos ao Planeta da Ribeira, que no momento, tinham, com toda certeza deste mundo, no máximo umas oito pessoas, contando com o pessoal de trás do balcão.
Eu e Jonnata já tínhamos separado as mesas, quando me lembrei de falar com o garçom que sempre nos atende, o Maurício. Ele rapidamente, com a presteza que nos servia, me colocou pra falar com um senhor de barba branca, aparentando seus quase sessenta anos, atrás do caixa. Eu não o conhecia. Efusivo, o cumprimentei, tentando mostrar minha familiaridade com o ambiente:
- Bom dia, amigo! Hoje é meu aniversário – na verdade já tinha sido no dia vinte e um, mas eu precisava rechear o pedido de motivos – e queríamos comemorar aqui, pois sou freqüentador antigo e gosto muito daqui. O Joaquim (dono do bar) está aí?!

Parecendo desconfiado, deixando claro em sua feição que nunca havia me visto por ali, mesmo eu freqüentando o local há quase dez anos, desde sua primeira reforma, ele respondeu desconfiado:
- Hunn ...Vamos ver se tem mesa.
Meio desapontado, pois as mesas e cadeiras vazias sobravam mais que bala perdida naquele salão, respondi:
- Está bom, mas nós queremos fazer uma roda de samba também. Já fiz de outra vez e estou sempre aqui. Nada de mais: um cavaquinho, um pandeirinho, mais um violão...
O homem fez uma cara emburrada dizendo que ali não se fazia mais isso.Caímos fora mais decepcionado ainda, pois estabelecimento que outrora nos recebeu centenas de vezes, que em 2007, em outro aniversário, fomos tratados como reis pelo grande Maurício - garçom de marca maior, diga-se de passagem - tinha acabados de nos rejeitar. Pois é, desta tinha sido diferente.
Saímos de lá e fomos ao vizinho Galeto. A mesma coisa: samba aqui não! Pensamos juntos: Ponta Pé!
O famigerado forte gênio da Rose me fez tremer, mas fomos lá:
- Opa, Rose! Hoje é meu aniversário e queremos fazer um samba aqui para comemorar.
Para surpresa de todos, ela nos abriu um sorriso perguntando a razão de não termos falado nada com ela antes, já que tínhamos conversado dez minutos antes, quando estávamos saindo do carro, com pandeiro, violão etc.
A jovem senhora, com a dinâmica de uma autêntica lusitana, misturado à uma docilidade das tias da Portela, acabara de nos receber de maneira maternal, colocando as cadeiras na calçada - lá sim estava lotado - e esticando o toldo sobre nós, já que ameaçava chover.
Inácio e Irineu, outros garçons de qualidade, nos amparou por todo dia, com o auxílio do menino, mas muito talentoso Daniel. Em determinados momentos, Rose nos cumprimentava empolgada, cantando os sambas de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito ditados por nós. Vê-la cantando Minha Festa foi realmente gratificante.
Mas e os botecos simples, sem fama, os bêbados anônimos? Calma! Antes que digam que estou começando mal ou que não tenho critérios, digo também que se trata um dia especial merecedor deste registro.
O Ponta Pé, de fato, é um bar com preços mais altos, com cervejas variadas e alguma pompa, mas consegue se torna simples, aconchegante e acolhedor com o trato que recebemos, sem mencionar a qualidade dos acepipes, que dispensa qualquer tipo de comentário.
Portanto, este importantíssimo estabelecimento, no número 361, da bucólica Rua Maldonado, será sempre tratado com todo respeito que merece aqui no Butecólico.
Dou os parabéns à Rose e toda sua equipe.




Meu grande irmão com um brinde à altura.

Vocês não têm idéia do que é ser recebido na Ribeira por ,nada mais, nada menos que Seu Salvador. Sua beleza é fora do comum.

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Inté, meus caros!